terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entre o Sonho e a Realidade

“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Ef 3:20).

Havia nos arredores de uma cidade três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando para as estrelas, disse: “Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada”. A segunda, olhou para um pequeno riacho e suspirou externando seu sonho: “Eu quero ser um grande navio de luxo para transportar reis e rainhas”. A terceira árvore olhou para o vale e disse: “Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto para que as pessoas ao olharem para mim ergam os olhos mais um pouquinho e pensem em Deus.
Muitos anos se passaram. Certo dia três lenhadores cortaram as três árvores ao mesmo tempo. Todas ansiosas esperavam serem transformadas naquilo que um dia sonharam. Mas lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos... Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada num simples coxo de animais. A segunda foi transformada num pequeno barco de pesca que carregava pessoas simples e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo um dia tendo sonhado em permanecer no pico da montanha e crescer muito, acabou sendo cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. As três árvores em várias ocasiões perguntaram para si mesmas tristes e desiludidas: “Para que isso?" “E o meu sonho?”
Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, uma jovem mulher colocou seu bebê recém nascido naquele coxo de animais. A sublimidade da ocasião levou a primeira árvore a perceber que ela continha o maior tesouro do mundo.
A segunda árvore em forma de barco transportando alguns homens, um em especial, acabou dormindo debruçado sobre uma de suas tábuas. Em meio a uma grande tempestade quando a embarcação e todos à bordo estavam prestes a afundar aquele que estava dormindo se levantou e disse ao mar revolto: "Sossegai". Num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos reis, o Senhor dos Céus e da Terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela, pois fora condenado à morte, mesmo sendo inocente. A princípio se sentiu horrível e cruel. Mas, no domingo o maior acontecimento da história revelou àquela árvore que ela havia estado unida por horas ao Salvador do mundo e que ela seria lembrada para sempre como um símbolo da história da salvação. De fato, ela percebeu que todas as vezes que alguém olhasse para ela se lembraria de Deus e daquele que fora pregado nela.
Eis uma pequena história que talvez tipifique a nossa própria história. As árvores tinham sonhos, no entanto, os acontecimentos pareciam levá-las para muito longe daquilo que um dia sonharam. O corte do machado para as duas primeiras árvores que a princípio parecia dar início a um lindo sonho prestes a se realizar, com o passar dos dias, se transforma apenas em agonia e decepção. Para a terceira árvore não foi necessário mais do que uma pancada do machado para ver o sonho tombar.
À semelhança dessas três árvores os acontecimentos muitas vezes nos forçam a acreditar que nossos sonhos jamais serão realizados. A força das circunstâncias, por vezes, tenta matar os nossos sonhos. As circunstâncias às vezes são como uma lâmina afiada de um machado impiedoso. Contudo, a palavra final em nossas vidas não é a resultante de circunstâncias. O que parecia o fim para as árvores, na realidade fazia parte de algo mais sublime da parte de Deus. As circunstâncias não fizeram morrer os sonhos das árvores, antes contribuíram para algo mais sublime. As circunstâncias têm o poder de nos fazer esmorecer e lançar dúvidas quanto a realização de nossos sonhos, mas nunca de frustrar os planos de Deus.
Há uma semelhança entre as três árvores. Há algo comum nas três árvores. Jesus está bem próximo. No coxo, no barco, na cruz. Isso é significativo, pois a palavra de Deus diz: “Pois, tantas quantas forem as promessas de Deus, nele (Cristo) está o sim; portanto é por ele (Cristo) o amém, para glória de Deus por nosso intermédio” (II Cor 1:20). Que coisa maravilhosa! Em Cristo, com relação as promessas de Deus, só duas coisas podem acontecer: Sim e amém! Sabe o que isso significa? Vai acontecer! O Que Deus mesmo nos fez sonhar em Cristo vai acontecer!
As circunstâncias por mais sombrias que sejam não têm a palavra final. As árvores sonharam, contudo as realizações de seus sonhos foram além das mais otimistas expectativas. Isso soa familiar, pois a palavra de Deus assim diz: “Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse seja glória na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (Ef 3:20). Jesus é o elo que une o sonho à realidade.

ORAÇÃO: Querido Deus, restaura os meus sonhos a partir de uma nova compreensão de Cristo em minha vida. Não permitas que eu fique à deriva das circunstâncias desta vida.


Pr. Manoel Neto

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Pai Exemplo


“... ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal” (Jó. 1.8).

 Fiquei órfão há mais de trinta anos. Poucas lembranças tenho do meu pai, mas as que guardo alegram meu coração. Hoje sou pai, precisamente há oito anos e três dias. Aprendi, com alguns exemplos, mais sobre o que não fazer como pai do que realmente fazer. A figura do pai me faltou, mas vendo o exemplo dentro da própria Igreja de alguns outros homens de Deus, o Senhor supriu todas as minhas necessidades, conforme Ele mesmo prometeu em Fil. 4.19.
Ao longo desses anos tenho buscado, na Palavra de Deus, princípios que me permitam ser exemplo para minha filha. Nossa sociedade carece de pais modelo. Encontrei em Jó um pai que pode nos servir de exemplo a partir da constatação de cinco características do pai Jó, as quais considero imprescindíveis àqueles que almejam, assim como eu, se tornarem exemplos para seus filhos. Vejamos então alguns princípios que tornaram Jó um pai modelo:
Primeiro: Jó tinha uma vida íntegra. Quem conceitua Jó é o próprio Deus. (Jó. 1.8) “... ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal.” Homem de caráter irrepreensível, vivia o que ensinava. Creio, à luz da Palavra de Deus, que a maior herança, riqueza, fortuna que um pai pode deixar para os filhos é o exemplo de uma vida irrepreensível.
Segundo: Jó cultivou e incentivou a amizade entre seus filhos. Conheci uma família no Ceará, em que o pai odiava os filhos e era odiado pelos mesmos. A mãe morreu de desgosto enquanto os irmãos digladiavam entre si numa verdadeira batalha. Já os filhos de Jó eram amigos uns dos outros conforme registro em Jó 1.4, “Seus filhos iam às casas uns dos outros e faziam banquetes (...) e mandavam convidar as suas três irmãs ...”. Os filhos de Jó celebravam a vida em harmonia uns com os outros graças ao incentivo do pai.
Terceiro: Jó cuidava pessoalmente da vida espiritual dos seus filhos. “Chamava Jó a seus filhos e os santificava” (Jó 1.5). Que exemplo! Um pai preocupado com a santidade dos filhos. Um pai preocupado com a santidade dos filhos. Um pai compromissado com a formação espiritual dos filhos. Um pai que não abriu mão da responsabilidade de formar um caráter cristão em seus filhos, bem como internalizar valores do céu no coração dos filhos.
Quarto: Jó orava pelos seus filhos (Jó 1.5) “... Jó levantava-se de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles...” . A despeito de ser um homem muito rico, agenda super-lotada, compromissos de negócios Jó acordava de madrugada e orava por seus filhos. O urgente nunca ofuscou o compromisso de Jó em buscar a face de Deus em favor de todos os seus filhos, sem exceção, pois diz o texto “segundo o número de todos ele”. Jó verdadeiramente era sacerdote do seu lar. Nada era mais importante para Jó do que interceder em favor de seus filhos.
Quinto: Jó priorizou os filhos. Em Jó 1.5 diz que “Assim Jó o fazia continuamente”. Nunca houve por parte de Jó alternância com relação aos filhos. A prioridade de Jó não eram os seus camelos, seu gado, suas jumentas, sua riqueza, mas os seus filhos. O tempo primeiro de Jó era dedicado aos seus filhos. Jó nunca desistiu de orar pelos filhos. Jó acreditava que um pai de joelhos, filhos em pé. Certa vez ouvi Mike Murdock afirmar que a lembrança mais vívida que ele tinha de seu pai era a de um homem de joelhos. Chegou a afirmar que viu seu pai mais de joelhos do que em pé. O pai exemplo não é aquele que conquistou o mundo dos negócios e visita as páginas da fama, mas aquele que se curva diante de Deus em favor dos seus filhos. Sejamos um pai exemplo!

ORAÇÃO: Querido Deus ajuda-me a ser um pai exemplo. Que as virtude de Jó como pai me impulsione a imitá-lo.

Pr. Manoel Neto