terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Que Foto Linda!

Estive com um amigo, com o qual tenho em comum a paixão pela fotografia, especialmente de paisagens e animais. Mostrando nosso trabalho um para o outro, várias vezes pronunciamos 'Que foto linda!”. Pensando bem, linda não é a foto, mas o objeto do qual a foto é somente uma expressão. Apenas colocamos a lente em frente ao alvo e apertamos o botão. Algumas noções técnicas e certos cuidados com a iluminação certamente ajudam. Mas o mérito mesmo é de quem teve o poder para criar os belíssimos cenários com o sol, a lua, o mar, as dunas – e tantos outros elementos da natureza que nos deixam boquiabertos. O mérito é de quem teve a sensibilidade artística para pintar de verde o pasto que alimenta as vacas que criou, tornar multicoloridas as penas do pavão, deixar quase invisíveis as asas da libélula. Do Deus Todo-Poderoso, Criador de tudo o que existe, é o verdadeiro crédito pelas mais belas fotos que alguém já produziu. Ao me deparar com uma atraente fotografia, continuarei exclamando 'Que foto linda!', mas tentarei sempre complementar, nem que seja mentalmente '... e que Deus maravilhoso, esse que criou não apenas o objeto fotografado, mas também a câmera e o próprio fotógrafo!'

Extraído do Ministério Falando de Cristo 

Pr. Mauro Clark

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Diferenças Acentuadas

Ora, havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se regalava esplendidamente. Ao seu portão fora deitado um mendigo, chamado Lázaro, todo coberto de úlceras; o qual desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as úlceras. Veio a morrer o mendigo, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico, e foi sepultado. No hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste os teus bens, e Lázaro de igual modo os males; agora, porém, ele aqui é consolado, e tu atormentado. E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os de lá passar para nós. Disse ele então: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham eles também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. Respondeu ele: Não! Pai Abraão; mas, se alguém dentre os mortos for ter com eles, hão de se arrepender. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.[1]

O texto é riquíssimo em informações e lições. Há paralelos interessantíssimos entre o rico e o pobre. Vejamos alguns:
O rico não é mencionado pelo nome, mas é apresentado pelos bens que possuía e seu estilo de vida pujante. Lázaro, a despeito de não possuir nada, a Bíblia faz menção do seu nome. Isso é extremamente significativo, pois para o judeu o nome ressalta aspectos relacionados ao caráter, traços personalísticos e aponta para relação com Deus. A mensagem de Lucas parece ser clara: somos conhecidos por Deus não pelo que possuímos, mas pelo que somos. No mundo, as pessoas são reconhecidas pelo que tem. É o que somos que nos faz conhecidos de Deus. No texto, o rico tem muitos bens, mas o maior bem que um homem pode ter é ocultado, seu nome. O outro homem citado no texto não tem bens, mas seu nome é eternizado na Bíblia. Os bens não eternizam ninguém, já o nome...
Lázaro é uma abreviação da expressão hebraica que significa “aquele que Deus ajuda”.[2] A partir dessa designação muitos podem objetar: como alguém cujo nome significa “ajudado por Deus” pode sofrer tanto nesta vida? Nisso parece que Lucas fornece outra lição preciosa. Lázaro foi ajudado por Deus não para ganhar fortuna neste mundo, mas para estar preparado para enfrentar a morte. A morte chega para ricos e pobres. O rico tinha tudo, mas não estava preparado para o dia da morte. Lázaro não tinha nada, mas estava preparado para enfrentar a morte. São oportunas as palavras de Martin Luther King: “Quem não está preparado para morrer, não está preparado para viver”.
 O rico alimentava-se de finas iguarias, contudo banquetes não saciam a alma. Lázaro enfrentava a falta de pão, mas tinha o “pão da vida”. Lázaro alimentava-se de esperança no porvir. No porvir, o rico soube o que significou viver uma vida sem esperança.
O texto chega a ser irônico quando aponta para a maneira como o rico e o pobre são carregados após a morte. O rico quando em vida era carregado pelos braços dos homens. Lázaro, quando em vida, a única vez em que foi carregado por alguém foi para ser jogado à porta do rico. Que lição! Muitos são bajulados e carregados pelos braços dos homens neste mundo, mas se esquecem que depois da morte os mesmos braços nada poderão fazer, senão carregar o defunto para o cemitério. Lázaro, depois da morte, é carregado não por braços de homens, mas por anjos.
O rico, quando em vida, não percebe Lázaro, mas depois da morte, o mesmo Lázaro é a única referência do rico no hades. Lucas nos brinda com outra lição de valor incomensurável. As pessoas estão digladiando entre si em busca de reconhecimento. Ser notado pelos homens neste mundo é objeto de desejo do ego humano. O problema é que os mesmos que são notados neste mundo, podem ser aqueles que farão parte de uma multidão que gritará para ser notada e visitada por aqueles que foram desprezados neste mundo, mas cujas vidas foram ajudas por Deus e chegaram ao lar celeste.
O rico, quando em vida, não pede nada a Deus, pois tem tudo às mãos. Lázaro pede aos homens, mas não recebe nada. O rico depois da morte pede muito, mas não recebe nada. Lázaro não precisa pedir nada, pois o céu desceu ao seu encontro. As orações daqueles que são “ajudados por Deus” não se perdem. A eternidade pode ser a resposta de Deus às orações não respondidas em tempos de sofrimento.
Há duas palavras no texto que se repetem: tormento e consolo. O rico consolado em vida entra em tormento após a morte. Lázaro atormentado em vida, desfruta de consolo após a morte. Esta é a lição: Não vale a pena trocar o transitório pelo eterno. Muitos estão desesperados em busca da felicidade neste mundo vendendo e penhorando valores morais e espirituais. O sofrimento em vida não fez com que Lázaro abrisse mão da esperança no eterno. Buscar consolo neste mundo comprometendo o eterno é loucura.


[1] Bíblia Sagrada. Lucas 16:19-31. 
[2] GARDNER, Paul. . São Paulo: 2000. p. 406.

Pr. Manoel Neto

sábado, 10 de dezembro de 2011

O que ele pregou mesmo?

Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o SENHOR; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. II Corintios 4:5

No passar dos anos, estamos vivenciando um tempo de extrema modernidade. Carros, roupas, telefones, equipamentos eletrônicos, calçados e até mesmo equipamentos para oficinas.
A internet por exemplo, nos oferece muitos benefícios, como também nos oferece o risco de cair em uma cilada. Na era do modernismo e da tecnologia avançada, também temos problemas com equipamentos de ponta. Um celularzão que quebra, ou um carrão que deu problema. Sabemos que a qualquer momento isso pode acontecer.
Mas, há um produto que depois dessa era, desse movimento moderno (modernismo), infelizmente passou a ser desqualificado por muitos. Esse produto ao qual me refiro, são os "pastores moderninhos", pessoas que não sabem que estão mexendo com a eternidade de muitos. Quero mostrar pelo menos três características dos tais.
1º - Falam o que o povo gosta de ouvir, e não o que Deus tem para dizer: João quando estava batizando no Jordão, ele foi visitado pelos saduceus e fariseus. João podia agradar aqueles homens com doces palavras, mas foi o contrário. João Batista foi duro com eles lhes mostrando o quanto eles pensavam errados. Sem perder o foco da sua mensagem João ensinou, falou para eles o que deveriam fazer. Jo 3:7-10
2º - Falam deles mesmos e não de Cristo: O Senhor Jesus Cristo é o centro de uma pregação. Infelizmente vemos muitos e não poucos pregadores, que nem a Bíblia levam para o púlpito, e quando levam fazem igual aos sacerdotes que estavam perante Acabe e Joabe, que só falavam o que agradava ao rei Acabe. Naquela ocasião, apenas um homem falava da parte de Deus. Todas as vezes que falava, falava para agradar a Deus e não ao homem. Micaias era seu nome. Um homem temente a Deus, e por isso pregava o que Deus queria que fosse pregado, e não o que Acabe queria ouvir. 1 Rs 22:5-28
3º - Homens que não falam de "arrependimento": Falar de arrependimento nos dias de hoje? Piada! Dizer para o fulano se arrepender porque é chegado o Reino de Deus, que vão para o inferno se não se arrependerem. Eles não fazem isso. As pessoas estão avidas para ouvir uma palavra de ensino, de confronto ou até mesmo de arrependimento, e não essas balelas que vemos por aí principalmente na televisão. Homens que só falam em dinheiro, dinheiro e dinheiro. Quando não é isso é prosperidade, ensinando que se você não tem uma vida prospera, você não é filho de Deus, e muitas vezes nem sabe o que estão falando. Seus ouvintes saem pior daquele templo, do que quando chegaram. E o pior não é isso, o pior de tudo é que ainda tem deles que se perguntão. O que foi mesmo que ele pregou? E o resultado disso está aí, púlpitos ocupados por homens, púlpitos vazios, sem Deus, sem seu Santo Filho Jesus Cristo. Muitos púlpitos estão vazios.
Em meio a toda essa falsidade "evangélica", ainda há homens "crentes no Senhor Jesus Cristo, homens que foram levantados, ungidos, homens separados, os quais não falam o que querem, nem falam o que o povo gosta de ouvir. Esses homens, falam da parte de Deus aos corações daqueles que estão com sede, homens que consegue transformar os ouvidos de seus ouvintes em olhos", homens que como Paulo que pregava o seguinte: Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus. I Corintios 1:24

Um sermão sem Cristo é a alegria do inferno. Charles Haddon Spurgeon

Mário Alves 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

JOSH HODGKISS


“Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (Salmo 119:67,71).
      
Uma reportagem publicada recentemente no Globo.com acerca de uma criança de três anos chamada Josh Hodgkiss mexeu comigo. Eis a matéria:
          
             Uma queda ali, um arranhão aqui. Machucados fazem parte da rotina das crianças e os pais – não tem jeito – tem que se acostumar com isso. Mas para os ingleses Mark e Stephanie Hodgkiss, a situação é bem mais complicada. Eles são pais de Josh Hodgkiss, três anos, que sofre de uma doença rara que o impede de sentir dor e, por isso, ele se fere muito mais do que a maioria das crianças. Josh já cortou a língua ao meio com uma mordida, socou seu próprio olho e já arrancou a unha do dedão do pé com pregos. O garoto sofre de uma desordem genética rara chamada de síndrome de smith-magenis, que atinge 1 a cada 25 mil crianças. Além de não sentir dor, Josh não tem noção de perigo e dorme quando todos estão acordados e desperta quando as pessoas dormem, devido a uma inversão nos hormônios. Seus pais Mark e Stephanie tiveram que adaptar a casa para garantir a segurança do filho. Instalaram luzes sensoriais e criaram um espaço todo acolchoado para impedir que ele se machuque. “Dia desses, Josh saiu do banheiro e vi que tudo estava sujo de sangue. Ele tinha cortado a sua língua ao meio, mas não percebeu e foi assistir à televisão”, contou a mãe Stephanie ao jornal britânico Daily Mail. Apesar da doença, Josh frequenta uma escola especial e vai muito bem. Os médicos esperam encontrar um tratamento para amenizar os sintomas e permitir que o garoto leve uma vida mais normal.[1]

Josh não sente dor. É terrível para os pais de Josh saberem que seu filho não sente dor. Para alguns pais o filho sentir dor é um pesadelo, para os pais de Josh aguardar o filho sentir dor um dia é um sonho. Por incrível que pareça, a dor para os pais de Josh é uma bênção. Mas a dor não se constitui bênção apenas para Josh e seus pais. A dor é um mecanismo de defesa. A dor faz crescer. A dor molda caráter. Nas palavras de Philip Yancey e Paul Brand a dor é uma “dádiva”[2]. Para Josh uma vida normal significa sentir dor. Perguntem aos pais de Josh e eles lhe dirão que a vida sem dor não é normal. Tudo que eles esperam é que um dia seu filho sinta dor.
O salmista também entendeu assim quando disse: “Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra... Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos”.

Oração: Querido Deus, ajuda-me a enxergar benefícios no sofrimento, por mais absurdo que isso possa parecer.

Pr. Manoel Neto



[1] http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/1,,EMI241293-17729,00.html. Acesso em 15.06.2011.
[2] YANCEY, Philip. BRAND, Paul. A Dádiva da Dor. traduzido por Neyd Siqueira. São Paulo: Mundo Cristão, 2005.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Mercadores da Palavra de Deus

Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus. II Corintios 2:17

 Na TV, lá estava um pregador muito bem vestido, com um enorme copo d'água na mão, dizendo 'Vamos agora beber esta água ungida e abençoada'. Antes que ele desse o primeiro gole eu já mudura de canal. E lá estava outro, diante de um auditório enorme, incitando o povo a olhar para a Bíblia que ele tinha na mão. O mero vislumbre da Palavra de Deus, garantia o pregador, assegurava o recebimento de grandes bênçãos, até mesmo a cura de um parente doente em casa.
Lembrei-me da passagem sobre a qual preguei no último domingo, em que Paulo dizia não estar como 'tantos outros, mercadejando a palavra de Deus'. (2Co 2.17). O termo grego traduzido por 'mercadejar' significa aumentar os lucros com a venda de mercadoria adulterada (Strong). Misturada com a minha tristeza, veio a alegria de poder comprovar, a cada dia, o quanto a Bíblia é aguda, precisa, atual.

Obs: A postagem original não possui a imagem.
Pr. Mauro Clark