domingo, 8 de janeiro de 2017

DE QUEM É A PALAVRA QUE PERMANECE?

   Tu, pois, cinge os teus lombos, e levanta-te, e deem-lhes tudo quanto eu te ordenar; não desanimes diante deles, para que eu não te desanime diante deles.   
   Eis que hoje te ponho como cidade fortificada, e como coluna de ferro e muros de bronze contra toda a terra, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes, e contra o povo da terra.   
   E eles pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque Eu sou contigo, diz o Senhor, para te livrar.  Jeremias 1:17-19  


   O profeta Jeremias teve umas mais difíceis carreiras de todos os tempos. Desde o início, em essência, Deus declarou o seguinte: "Você deverá repetir tudo que eu disser a essas pessoas de duro, mas elas não darão ouvidos a uma palavra sequer. Todo aquele que ouvir você vai odiá-lo e tentará lhe fazer mal, mas Eu o manterei vivo - apenas para que você continue falando e, em troca, continue sendo rejeitado" (cf. Jr. 1:17-19; 7:27).
   O Senhor disse a Jeremias que não se casasse (16:1,2). Em várias ocasiões, Deus o impediu de orar pelo povo (7:16, 11:14, 14:11) e frequentemente levou o profeta a um a um ponto no qual ele diria coisas como "tristeza tomou conta de mim; o meu coração desfalece [...] Estou arrasado com a devastação sofrida pelo meu povo. Choro muito, e o pavor se apodera de mim" (8:18-21). Não é difícil entender por que Jeremias costuma ser chamado de "profeta chorão".
   Jeremias tentou pedir demissão do seu chamado, mas descobriu que era impossível fazer isso. ''Mas, se eu digo: 'Não o mencionarei nem mais falarei em seu Nome', é como se um fogo ardesse em meu coração, um fogo dentro de mim. Estou exausto tentando contê-lo; já posso mais!", disse Jeremias (20:9).
   Não é fácil ler Jeremias numa sentada, e o problema principal não os 52 capítulos. As duras previsões de condenação de um povo não arrependido se resumem a  isto: "Vocês vão morrer de uma maneira horrível!"
   Ainda que promessas brilhantes de um futuro melhor apareçam aqui e ali no livro (por exemplo, em 30:1-30; 31:1-40; 33:3-26), Jeremias passa a maior parte do tempo declarando o iminente julgamento de Deus.
   Não que Deus e Jeremias tivessem prazer na tristeza. Pelo contrário, o povo de Judá havia caído num estado de rebelião espiritual tão deplorável que sua atitude se tornara esta: "Nós não daremos atenção a mensagem que você apresenta em nome do Senhor! É certo que faremos tudo o que dissemos que faríamos - queimaremos incenso a Rainha dos Céus e derramaremos ofertas de bebidas para ela, tal como fazíamos" (44:16,17).
   O que dizer a corações tão duros? Como responder a tamanha insolência? O Senhor respondei com um desafio: "Vocês e suas mulheres cumpriram o que prometeram quando disseram: 'Certamente cumpriremos os votos que fizemos de queimar incenso e derramar ofertas de bebidas a rainha dos céus'. Prossigam! Façam o que prometeram! Cumpram os seus votos! Mas ouçam a Palavra do Senhor, todos vocês, Judeus que vivem no Egito: '[...] Vigiarei sobre eles para trazer-lhes a desgraça e não o bem [...] Serão poucos os que escaparão da espada e voltarão do Egito para a terra de Judá. Então, todo remanescente de Judá que veio resistir no Egito saberá qual é a palavra que se realiza, a minha ou a deles" (44:25-28).
   Há momentos em que a única maneira de reagir a uma rebelião obstinada é com uma promessa de julgamento. Deus havia parado de pedir a seu povo que mudasse falando por meio de Jeremias, ele apenas repetiu oficialmente suas decisões pecaminosas e, então, lembrou-os de que faria o que havia prometido- o julgamento estava prestes a acontecer. Contudo, mesmo em meio a destruição, o Senhor planejava um meio de redenção. O julgamento divino não duraria para sempre; depois da punição, viria um tempo de conciliação, primeiramente por meio do retorno à terra prometida e, por fim, mediante a pessoa de Jesus Cristo.

Autor desconhecido

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