“Por isso
deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos
membros uns dos outros” (Efésios 4:25).
Nos tempos
mais remotos era quase comum os reis mandarem matar os mensageiros que traziam
más notícias, especialmente acerca de uma batalha perdida. Talvez essa seja a
razão de um provérbio latino que diz: “não mate o mensageiro”. À semelhança dos
antigos reis muitas pessoas continuam externando raiva com os mensageiros da
verdade.
Alguém já
disse que “por mais que a verdade doa, a sinceridade nunca magoa”. Desconfio
que nessa frase haja apenas meias verdades. De fato, a verdade às vezes dói.
Contudo, não acredito totalmente que todas as pessoas recebam a verdade sem
ficarem magoadas. Infelizmente muitos preferem o elogio falso à franqueza
amiga. A prova disso é que se uma mulher pergunta se está gorda, quer ouvir que
emagreceu. Se uma mocinha aparece vestida com roupas que se assemelham a um
carro alegórico numa festa, pretende que todos a vejam e comentem sobre seu
vestido. Na igreja, no colégio, na cozinha, no trabalho, ou em qualquer outro meio,
todos sonham com louvores e elogios. Sobre isso as palavras de Dostoievski me
parecem mais fidedignas: “Não há no mundo coisa mais difícil do que a
sinceridade e mais fácil do que a lisonja”.
Sobre isso, no
texto sagrado acima o apóstolo Paulo apresenta algumas lições:
Primeira,
mentira e verdade não podem andar de mãos dadas na vida de alguém que teve uma
experiência com Cristo. Paulo dá duas ordens aos crentes da cidade de Éfeso: “deixai
a mentira, e falai a verdade”. Mentira e verdade são antagônicas. A mentira é
inimiga da verdade. Só há uma alternativa para quem conhece a Cristo: falar a
verdade.
Segunda, a
mentira interfere nas relações com o próximo. Note o que diz o texto: “deixai a
mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo”. Se quisermos manter
relações saudáveis precisamos aprender a falar a verdade com o nosso próximo. A
mentira tem sido a causa de muitas desavenças nas relações.
Terceira,
mentir para os outros é uma ofensa a nós mesmos. Veja o que diz o texto: “porque
somos membros uns dos outros”. Quando mentimos para o pai, mãe irmãos, estamos
desconsiderando os membros de nossa própria família. Quando mentimos para nossos
irmãos na igreja estamos desconsiderando que fazemos parte de um mesmo corpo e família.
Ninguém em sã consciência machuca o próprio corpo, mas infelizmente o fazemos
quando mentimos para àqueles que são membros do corpo o qual também
pertencemos.
É verdade que às vezes algumas verdades
doem, mas quem é sincero não tem nenhum interesse em nos ver trilhando a
estrada do engano. Só mata o mensageiro da verdade quem tem compromisso com a
mentira. Portanto, não “não mate o mensageiro”.
ORAÇÃO:
Querido Deus, ajuda-me a recepcionar o mensageiro da verdade mesmo que isso me
leve a ouvir o que não gostaria. Ajuda-me ainda a me distanciar da mentira, da
lisonja falsa e falar a verdade em toda e qualquer situação.
Manoel Neto
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